quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A relação da argumentação com a persuasão.

A finalidade fundamental da argumentação é simplesmente persuadir. Várias vezes argumentamos para convencer alguém de alguma coisa. Argumentar seria uma forma de vencer um oponente, principalmente durante um debate público, onde muito pode estar em jogo (reputação, posição social, hierarquia, auto-estima, emprego, culpabilidade ou inocência de um réu, etc.).
Outra maneira de encarar a persuasão é como uma forma de abrandar a natural resistência que as pessoas têm em ver desafiadas as suas ideias. A persuasão procura facilitar esse desafio, acalmando a tendência da outra pessoa de se agarrar com toda força às suas crenças, mesmo que irracionais. É uma habilidade que os bons debatedores sabem muito bem utilizar. Entretanto, a persuasão, por melhor que seja, não pode ser vista como uma "garantia de sucesso". Podemos, no máximo, dizer que a persuasão aumenta as hipóteses de que nossas ideias sejam ouvidas e aceites.
Quando se diz que o discurso argumentativo é persuasivo também se diz que o discurso persuasivo não é argumentativo.
A argumentação para ser convincente tem de fazer apelo à razão, ao julgamento de quem participa ou assiste ao confronto de ideias.
A persuasão está ligada à sedução. Através da persuasão, o orador reforça os seus argumentos despertando emoções (através de gestos, palavras ou imagens que estimulam sentimentos ou desejos ocultos, gerando assim falsas crenças), de modo a criar uma adesão emotiva às suas teses.
Na persuasão, ao contrário da argumentação faz-se apelo a processos menos racionais.